H1N1: médicos devem seguir Protocolo de Tratamento da Influenza do Ministério da Saúde
19 de abril de 2018
Visando reduzir o número de mortes por gripe H1N1 na Bahia, a Vigilância Epidemiológica do Estado da Bahia chama atenção dos médicos para seguirem o Protocolo de Tratamento da Influenza de 2015, principalmente, quanto ao uso da medicação fosfato de oseltamivir (Tamiflu®). O documento foi elaborado pelo Ministério da Saúde, em parceria com diversas entidades médicas, incluindo a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
De acordo com o último boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do Estado, divulgado ontem (18), já foram registrados 12 óbitos em decorrência do vírus Influenza A H1N1 este ano. Deste total, oito mortes ocorreram em Salvador e o restante em Camaçari (1); Lauro de Freitas (1); Saúde (1) e Serrinha (1). Na Bahia, já são 53 casos confirmados da gripe H1N1 em 2018. No mesmo período de 2017, foram notificados dois casos de Influenza A H1N1 na Bahia, mas sem óbitos.
De acordo com o protocolo do Ministério da Saúde, para o correto manejo clínico da Influenza, é preciso considerar e diferenciar os casos de síndrome gripal (SG) e síndrome respiratória aguda grave (SRAG).
Sinais e sintomas – Na ausência de outro diagnóstico específico, considerar SG o paciente com febre, de início súbito (mesmo que referida), acompanhada de tosse ou dor de garganta e pelo menos um dos sintomas: mialgia, cefaleia ou artralgia. Caso o paciente seja menor de 2 anos de idade, considera-se também febre de início súbito (mesmo que referida) e sintomas respiratórios (tosse, coriza e obstrução nasal).
Além dos sintomas da SG, o paciente com SRAG, de qualquer idade, apresenta também dispneia ou os seguintes sinais de gravidade: saturação de SpO2 < 95% em ar ambiente; sinais de desconforto respiratório ou aumento da frequência respiratória de acordo com a idade; piora nas condições clínicas de base; hipotensão em relação à pressão arterial habitual do paciente e quadro de Insuficiência Respiratória Aguda, durante período sazonal.
O protocolo reforça ainda que, em crianças, além dos itens citados acima, observar também: batimentos da asa do nariz, cianose, tiragem intercostal, desidratação e inapetência.
Medicação – Além dos medicamentos sintomáticos e da hidratação, está indicado o uso de fosfato de oseltamivir para todos os casos de síndrome gripal que tenham condições e fatores de risco para complicações, independentemente da situação vacinal, mesmo em atendimento ambulatorial.
Ainda de acordo com o protocolo do Ministério da Saúde, “esta indicação fundamenta-se no benefício que a terapêutica precoce proporciona, tanto na redução da duração dos sintomas quanto na ocorrência de complicações da infecção pelos vírus da Influenza, em pacientes com condições e fatores de risco para complicações”.
No caso de pacientes com síndrome gripal, sem condições e fatores de risco para complicações, a prescrição do fosfato de oseltamivir deve ser considerada baseada no julgamento do médico. Recomenda-se o uso nos casos de síndrome gripal associados a miosite e nos casos onde haja a persistência de febre acima de 38°, acompanhada de tosse ou dor de garganta por mais de 48 horas, mialgia e dor de cabeça intensa. Em todos os casos, o início do tratamento deve ser preferencialmente nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas. No entanto, mesmo depois deste prazo, o antiviral apresenta benefícios.
Vale lembrar que o fosfato de oseltamivir está disponível no SUS e, segundo a Vigilância Epidemiológicas, será entregue em locais estratégicos de acordo com a organização regional ou municipal.
Mais informações, incluindo indicações para internações, estão disponíveis no protocolo, que pode ser consultado no Protocolo de Tratamento da Influenza de 2015, disponível clicando aqui.