Audiência Pública na DPE debate assistência ao paciente com Lúpus; BA é o quinto estado em mortes
13 de agosto de 2018
Engajada em dirimir a desassistência aos pacientes com Lúpus na Bahia, a Defensoria Pública do Estado realizou na tarde de ontem (9) uma Audiência Pública para avançar nos debates, ouvir propostas e compartilhar as principais demandas dos pacientes com Lúpus aos gestores da Saúde pública e demais representações sociais. O espaço foi dirigido pelo subcoordenador da Especializada de Cível e Fazenda Pública, Gil Braga, que tem mobilizado iniciativas para garantir qualidade no atendimento aos mais de 1.300 pacientes da doença.
A primeira fala da mesa contemplou os mais envolvidos com a causa – que são os pacientes -, feita pela presidente da Associação Lúpicos Organizados da Bahia (LOBA), Jacira Conceição. À plenária e à mesa, ela leu uma carta de principais reivindicações, como “distribuição de protetor solar aos pacientes, transporte público gratuito para idas aos tratamentos e garantia de médicos especializados no atendimento”.
A dificuldade de se encontrar médicos reumatologistas na Bahia, como explicou a presidente do Cremeb, Dra. Teresa Maltez, deve-se não somente ao baixo número de profissionais nessa especialidade, mas também aos vínculos precários oferecidos, tanto pelo Estado, quanto pelas prefeituras. “Não adianta pensar em capacitação para clínicos, se não houver um planejamento que seja convidativo, estruturado, que passe segurança para o médico desenvolver seu trabalho com destreza”, pontuou Dra. Teresa.
Militante pelo tratamento digno aos pacientes com Lúpus, o médico Mittermayer Barreto pontuou a defasagem pública na atenção aos pacientes da doença. Dentre as principais baixas, destacam-se a perda de leitos do SUS no Santa Izabel, e o irrisório repasse do SUS aos médicos reumatologistas, que resultou também no fechamento do Ambulatório Docente-Assistencial de Lúpus da Escola Bahiana de Medicina (Adab) em fevereiro deste ano, deixando cerca de 800 pacientes desassistidos.
Também compuseram a mesa a diretora da Atenção Especializada da SESAB, Maria Alcina – levando o número de que a Bahia é o quinto estado do Brasil em mortes por Lúpus quando analisada a quantidade bruta -, o médico nefrologista Jose Cesar Batista Oliveira Filho, o reumatologistas Jozélio Freire, a componente da Diretoria Central de Regulação do Munícipio de Salvador, Ana Laura Curci, e a enfermeira da Etnia Pataxó de Santa Cruz de Cabrália – também paciente de Lúpus, Sirlene Cau Lopes.