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Fiscalizações

Fiscalização no Hospital Geral de Camaçari encontra situação crítica similar à de 2013

7 de outubro de 2015

Em visita conjunta de fiscalização ao Hospital Geral de Camaçari (HGC), nesta terça-feira (29.04), o Cremeb e o Ministério Público encontraram situação preocupante, similar àquela identificada na última inspeção realizada pelos órgãos no local, em 17.03.2013. Faltam profissionais em diversas áreas; pacientes alojados nos corredores denunciam a superlotação; há infiltrações por diversas paredes; além da sujeira, carência de remédios e outras situações estruturais que debilitam o atendimento de saúde.

Enquanto um paciente completava oito dias alojado no corredor do hospital, a unidade possui uma ala extensa sem utilização. A diretoria e coordenação da unidade justificou a não utilização desta ala como fruto do processo de reforma, onde os setores que ali funcionavam foram distribuídos a outros lugares, e com a grande demanda de atendimento, não conseguiram readequar os setores nessas instalações.

A coordenadora médica da unidade, Dra. Maria do Socorro Nunes, concorda que a estrutura do hospital está precária e precisa melhorar, mas acredita que o maior problema ainda é a falta de servidores. “O município não possui maternidade nem hospital, e como nós recebemos todo esse contingente, acaba sobrecarregando os serviços por falta de profissionais”, afirmou Socorro.

Vanise Meneses, diretora administrativa do HGC, acompanhou a visita do Cremeb e criticou a última reforma feita pela Sesab no hospital. “Eles não consultaram a direção do hospital na reforma e fizeram como acharam melhor, a exemplo das calhas de proteção que geram as infiltrações”, disse.

Participaram da fiscalização, representando o Cremeb, Consa. Teresa Maltez (vice-presidente) e o médico fiscal Dr. Ildo Simões. O MP foi representado pela promotora pública de Camaçari, Thiara Rusciolelli, por Alberto Júnior, que é assistente técnico, e por Candice Moraes Lisboa, assistente social.

Relatos

Diversos profissionais que estavam trabalhando no momento da visita relataram suas queixas. A enfermeira Márcia Figueiredo afirmou que não há segurança e alegou já ter presenciado ameaças e tentativas de agressão a funcionários do hospital. No momento da visita o hospital possuía apenas um policial militar em serviço, que faz posto em uma sala interna, distante da entrada do hospital.

Uma outra situação identificada por Márcia é a falta de equipamentos, onde alguns profissionais levam equipamentos próprios para o trabalho. “O Sonar do hospital quebrou há muito tempo, solicitamos outro e até hoje não temos um novo. Muitos funcionários trazem equipamentos próprios para fazer atendimento, senão seria impossível”, desabafou a enfermeira.

Outro desabafo comovente é da enfermeira Maria de Lourdes Santos, que alegou “beirar a loucura devido ao caos no sistema público de saúde”. “Eu já trabalhei em postos de saúde e outros hospitais públicos, mas penso em largar a profissão devido ao desgaste e falta de condição. Eu saí do posto de saúde porque estava quase pirando, desenvolvendo doenças psicológicas, mas vim pra cá e a realidade não é muito diferente”, falou com ar de indignação.

O Cremeb irá encaminhar o relatório da visita para o Ministério Público, para que possa tomar as ações cabíveis e exigir melhorias junto aos gestores.

Clique aqui e veja a galeria de fotos da fiscalização.

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