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UPA em Camaçari atende sem água potável e funcionários convivem com ratos – Veja fotos

7 de agosto de 2017

Faltam medicamentos, fios de sutura, água potável e equipamentos de proteção pessoal. Além desses itens básicos para o pleno funcionamento de uma unidade de saúde, a Unidade de Pronto Atendimento Nova Aliança, em Camaçari (acerca de 50 quilômetros de Salvador), atende a população com poltronas quebradas, autoclave e respirador danificados sem funcionamento e salários dos médicos atrasados em dois meses. A maioria desses profissionais possuem vínculos com uma empresa que terceiriza a contratação, o Instituto de Gestão e Humanização (IGH), refletindo a fragilidade dos contratos no setor público.

Como se não bastassem a extrema debilidade na estrutura física e gestão, os funcionários da unidade receberam a fiscalização do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) mostrando um vídeo de um rato passeando pelo fogão. “Isso acontece é quase todo dia”, desabafa uma auxiliar de enfermagem, enquanto apresentava também os lençóis sujos ensacados há seis meses. A enfermeira de plantão no momento da vistoria, que solicitou o sigilo da sua identidade, informou que estes problemas perduram por longas datas e já foram mencionados à Secretaria de Saúde de Camaçari, pasta gestora da UPA de Nova Aliança.

Sobre o interesse dos roedores nas instalações da unidade, os funcionários acreditam ter ligação com a falta de coleta de lixo pela prefeitura de Camaçari, afirmando que não há uma periodicidade clara sobre o serviço. A enfermeira de plantão que acompanhou a fiscalização alertou também ao Cremeb o fato do município creditar a referência em psiquiatria à Nova Aliança, entretanto, não há nenhum médico psiquiatra locado na unidade.

De acordo com um dos médicos da UPA, que preferiu não se identificar, um agravante às más condições de trabalho é a sobrecarga de trabalho. “Aqui somos dois plantonistas para atender entre 150 e 200 pessoas por dia. O ideal é que tivéssemos, pelo menos, mais um médico conosco para dar conta dessa demanda”, explica. Ele comentou também, à médica fiscal do Cremeb, Marli Pivas, que a regulação é um entrave no encaminhamento dos pacientes, retardando o fluxo da unidade. “Agora estamos adotando a tática de ligar dos nossos telefones pessoais, pois o institucional eles já sabem o número e nem atendem mais”, explana o médico.

Diante da dura e cruel realidade no funcionamento desta Unidade de Pronto Atendimento, o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia irá encaminhar o relatório da fiscalização a outros órgãos competentes, em prol da melhoria do serviço de saúde prestado à população da cidade de Camaçari e na tentativa de evitar o fechamento da unidade.

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