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Nota de pesar: CFM lamenta a morte do cirurgião plástico Ivo Pitanguy

7 de agosto de 2016

O Conselho Federal de Medicina (CFM), em nome dos mais de 400 mil médicos brasileiros, lamenta a morte do cirurgião plástico Ivo Pitanguy, aos 93 anos, ocorrida no sábado (6), por volta das 17h30, em decorrência parada cardíaca, segundo sua assessoria. Ele deixou a esposa, Marilu, quatro filhos e cinco netos. Aos familiares, amigos, discípulos e admiradores desse expoente da Medicina brasileira, o CFM expressa seu pesar e solidariedade.

A morte do cirurgião Ivo Pitanguy aconteceu um dia após ele ter participado de mais um momento histórico para a cidade do Rio de Janeiro, ao carregar a tocha olímpica em Botafogo, na zona sul da capital carioca. O velório está previsto para acontecer no Memorial do Carmo, a partir das 13h deste domingo (7), seguido por cerimônia de cremação, às 18h, ambos reservados aos mais próximos.

Nascido em Belo Horizonte (MG), no dia 5 de julho de 1923, Ivo Hélcio Jardim de Campos Pitanguy era considerado o maior cirurgião plástico do país e um dos maiores do mundo. Filho de Maria Stael Jardim de Campos Pitanguy e do médico-cirurgião Antônio de Campos Pitanguy, ele cursou medicina na Universidade Federal de Minas Gerais até o 4º ano.

Sem interromper os estudos, transferiu-se para a Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para servir no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva, onde atuou na Cavalaria dos Dragões da Independência.

No fim da década de 40, a cirurgia plástica ainda não era reconhecida como especialidade e os jovens cirurgiões encontravam dificuldade para adquirir conhecimento. Neste cenário começou a ser forjado o profissional Ivo Pitanguy, que enfrentou muitos obstáculos pela sua vocação.

Inicialmente, contemplado com uma bolsa de estudos do Institut of Internacional Education e, depois, por conta dos méritos acumulados, iniciou peregrinação por vários países (Estados Unidos, França e Inglaterra), em busca de formação.

Quando voltou para o Brasil, percebeu que o exercício da cirurgia plástica ainda era incipiente no país. Ao invés de desestimulá-lo, esse panorama funcionou como estímulo e para que trabalhasse para torná-la uma especialidade conhecida e respeitada. Nesta jornada, estão passagens decisivas por hospitais públicos, como o Souza Aguiar, no Rio de Janeiro, onde contribuiu para a implantação e qualificação do serviço oferecido.

De natureza solidária, Pitanguy sempre lutou para estender o acesso aos benefícios da cirurgia plástica à população menos favorecida. O trabalho na Santa Casa foi essencial para o reconhecimento da importância social da especialidade. Dedicado ao ensino, foi professor titular da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e do Instituto de Pós-Graduação Médica Carlos Chagas.

Em 2011, Ivo Pitanguy foi homenageado pelo CFM com a entrega da comenda Moacyr Scliar, de Medicina, Literatura e Artes, em virtude de sua reconhecida produção técnica e científica. Membro de entidades acadêmicas e culturais respeitadas, colecionador de títulos e honrarias, Ivo Pitanguy é autor de cerca de 800 trabalhos em revistas brasileiras e internacionais e publicou uma série de livros, revelando um perfil arrojado e desbravador.

 

Fonte: CFM | Portal Médico

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