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Maternidade de Referência: mudança de gestão traz insegurança para corpo clínico

11 de julho de 2016

O futuro da Maternidade de Referência Professor José Maria de Magalhães Netto está preocupando os profissionais que atuam na unidade estadual, localizada no Pau Miúdo. Com a desistência da Santa Casa de Misericórdia da Bahia de continuar gerindo o hospital, a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) abriu, em fevereiro, uma nova licitação. O problema é que a empresa escolhida assumirá a administração da maternidade com um orçamento cerca de 20% a menos.

Segundo a Sesab, hoje, a Maternidade de Referência trabalha com a verba de R$ 7,3 milhões por mês e, com a nova gestão, passará para R$ 5,8 milhões/mês. Para o corregedor do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), que trabalha há 10 anos na unidade, conselheiro José Abelardo de Meneses, não tem como reduzir R$ 1,5 milhão e continuar dando a mesma qualidade de assistência.

“O corpo clínico está muito apreensivo. A gente percebe que esta redução no valor do contrato vai fazer diferença, mas onde vai ocorrer essa redução? Não sabemos se vai haver redução na oferta de serviços. O certo é que isto vai impactar no atendimento e nós precisamos  manter a  qualidade no cuidado com o binômio materno-neonatal. Para isto é essencial a manutenção do quantitativo de pessoal, tanto na equipe médica, quanto na equipe de enfermagem”, declara ele.

De acordo com a obstetra Mônica Bahia, que também atua na Maternidade de Referência e é diretora do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed), não há uma transparência do processo de negociação para os funcionários. “Estamos receosos com possíveis demissões que possam diminuir o quadro, já que, essa redução de orçamento é significativa. Nós já trabalhamos no limite para dar assistência à população, por isso não podemos perder qualidade”, reitera.

Dentre as pautas de reivindicações do corpo clínico do hospital, também estão presentes a preocupação em manter a informatização, a isonomia salarial e o setor de ensino e pesquisa. A Dr. Mônica Bahia disse que já há uma mobilização frente o Sindimed e o Ministério Público do Trabalho (MPT), para que os direitos sejam garantidos.

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