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Médicos do Hospital Prado Valadares estão sem salário há 4 meses; Cremeb informou ao MP e ao MPT

5 de fevereiro de 2021

Os médicos e demais profissionais de saúde que atuam na assistência do Hospital Geral Prado Valadares (HGPV), do Governo do Estado, em Jequié, e que possuem vínculo através da empresa SM Gestão Hospitalar, estão trabalhando sem receber seus vencimentos desde outubro de 2020, acumulando quatro meses sem pagamento.

Em reunião com o Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed) e representantes do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), quarta-feira (3), 50 médicos da unidade informaram que irão aguardar retorno dos gestores dos contratos até a próxima semana, havendo possibilidade de paralisação futura, tendo em vista as dificuldades financeiras após meses sem remuneração.

Para buscar a normalização do pagamento, o Cremeb enviou ao Ministério Público do Trabalho (MPT) um ofício informando ao órgão sobre a crítica situação dos profissionais do HGPV em 13 de janeiro. O teor foi repassado também ao Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), em ofício enviado hoje (5).

Segundo a empresa SM Gestão Hospitalar, terceirizada para gerir parte dos contratos da unidade, o atraso salarial acontece pelo repasse incompleto de recursos pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), que por sua vez, informou já ter transferido todos os valores para a empresa gestora do contrato.

Caso a situação não se resolva, pacientes de dezenas de municípios próximos a Jequié podem ficar sem atendimento na região e necessitar Regulação para outros hospitais. “Devido ao perfil do Hospital, que atende emergências, realiza grandes cirurgias e possui uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Geral e para portadores da Covid-19, dentre outros procedimentos, uma redução significativa no quadro de médicos pode resultar no fechamento de serviços inteiros, pois atendimentos de alta complexidade não conseguem ser realizados com equipes desfalcadas”, explica o vice-presidente do Cremeb e conselheiro federal, Dr. Julio Braga.

Outra situação relatada pelo corpo clínico é referente ao aviso prévio contratual, de apenas dez dias, insuficientes para adequação da escala após algum médico pedir desligamento, e distante do praticado em contratos trabalhistas. Para solucionar os atrasos, um acordo com a empresa gestora foi firmado em dezembro do ano passado, porém o pagamento não aconteceu até o presente mês (fevereiro).

Os médicos relataram também a preocupação de não prejudicar a assistência na região e se comprometeram a alertar toda a população, prefeitura, Sesab, MPT, MP-BA, Central Estadual de Regulação e demais órgãos necessários, antes de abandonarem seus postos de trabalho.

Representaram o Cremeb na reunião os conselheiros Julio Braga (vice-presidente), Otávio Marambaia, Cristina Gravatá, Plínio Sodré e Aline Guimarães. Pelo Sindimed, participaram a presidente Ana Rita de Luna, e o advogado da instituição.

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