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Crise na assistência obstétrica é tema de audiência pública

5 de novembro de 2015

Muitos não sabem, mas a mortalidade materna no Brasil é um assunto que merece atenção. Segundo dados do Ministério da Saúde, a cada 100 mil nascimentos, 62 mulheres morrem por complicações ao dar à luz, durante ou após a gestação, como também pela interrupção da gravidez. A estimativa proposta pela ONU no Objetivo de Desenvolvimento do Milênio, para o ano de 2015, era uma redução desse número para 35 óbitos por cada 100 mil nascidos vivos. Infelizmente, o país só conseguiu atingir uma queda de 0,6%, enquanto a redução mundial já é de 3,6%.

Diante deste cenário, a vereadora Aladilce Souza (PCdoB), frente à Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, propôs uma audiência pública sobre “A crise na assistência obstétrica em Salvador”, que aconteceu no último dia 28, na Câmara Municipal de Salvador. Afinal, na Bahia, a situação das gestantes está ainda mais delicada.  No começo de outubro, a crise no estado se agravou devido ao anúncio do fechamento da emergência obstétrica do Hospital Santo Amaro, deixando as gestantes usuárias de plano de saúde ainda mais desassistidas na capital baiana.

A vereadora Aladilce iniciou a discussão apelando às instituições de saúde uma articulação maior a fim de ampliar a assistência ao parto. O debate permeou os assuntos relacionados à cobertura dos planos de saúde nas unidades hospitalares e o investimento em planejamento familiar. O representante da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), Manoel Miranda, disse que Salvador precisa melhorar a qualidade do atendimento pré-natal na rede pública, pois, segundo ele, a capital tem um dos piores índices de cobertura na área de saúde da família, ficando na frente apenas de Belém.

O presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), conselheiro José Abelardo de Meneses, pontuou a necessidade de uma posição do governo para captar profissionais comprometidos e qualificados. “O governo ainda não entendeu que o Brasil precisa de profissionais capacitados, estimulados e qualificados para atender a população. Só se faz atendimento à saúde se tiver gente satisfeita para atender. Enquanto persistir a precarização dos contratos do trabalho a situação vai se perpetuar. É necessário que o governo faça concurso público para termos uma rede de assistência qualificada e estável”, declarou.

Além do representante da Sesab e do Dr. Abelardo, a composição da mesa ficou por conta de: Ana Dortas, representando a Secretaria Municipal de Saúde (SMS); Rita Calfa (Associação de Enfermagem Obstétrica – Abenfo); Neuranides Santana (Conselho Regional de Enfermagem – Coren); Carlos Augusto Pires (Associação de Obstetrícia e Ginecologia da Bahia – Sogiba); Francisco Jorge Silva Magalhães (Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia – Sindmed); Neuranides Santana (Conselho Regional de Enfermagem) e os promotores Roberto Gomes e Rogério Queiroz.

Os conselheiros do Cremeb Marco Antônio Cardoso, Maria Lúcia Arbex e Tatiana Aguiar também marcaram presença no evento.

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