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Cremeb Itinerante no Centro Sul leva palestras e fiscalizações a Guanambi e Brumado

9 de junho de 2022

As palestras e fiscalizações que têm levado o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) para o interior, visitaram também as cidades de Guanambi e Brumado, no Centro Sul baiano, entre os dias 25 e 27 de maio, sendo essas as mais recentes visitas do Cremeb Itinerante 2022. No último ano, o projeto já chegou a mais de dez cidades baianas, proporcionando aproximação com os médicos, orientações e diálogos com estudantes de Medicina e executando vistorias nas unidades de saúde para colaborar com melhorias no serviço público prestado a população.

Tanto em Guanambi quanto em Brumado, a palestra “Publicidade Médica nas Redes Sociais”, apresentada pela 1ª Secretária do Cremeb, Dra. Aline Guimarães, compartilhou conhecimentos com dezenas de estudantes de Medicina da região. “Falar de ética com os futuros médicos é uma maneira que o Cremeb tem de colaborar com a formação desses estudantes, preparando profissionais atentos ao Código de Ética Médica, sempre visando um serviço de qualidade prestado a sociedade”, explica a conselheira diretora. Dados compilados pelas pesquisas de satisfação das palestras apontam que 99% dos mais de 80 expectadores afirmaram que o conteúdo passado é totalmente relevante.

A ida do Conselho às cidades do interior serve também para alinhamento de demandas e procedimentos com os médicos que representam a autarquia nos municípios correspondentes às delegacias regionais do Cremeb. Em Brumado, por exemplo, ocorreu reunião entre a 1ª Secretária e os médicos da Delegacia Regional Centro Sul II, representados na ocasião pelo Dr. Bruno Brandão (delegado) e pelo Dr. Márcio Rios (representante).

Em seguida, eles participaram, acompanhados do também representante do Cremeb em Brumado, Dr. Raimundo Machado, da mesa de abertura para a palestra, que contou com um discurso introdutório proferido pelo delegado regional Bruno Brandão, ressaltando a importância da proximidade que o Conselho tem buscado junto aos profissionais do interior. Da mesma forma aconteceu em Guanambi, onde o delegado regional do Centro Sul I, Dr. Renato Silveira, abriu a palestra em discurso de boas vindas aos médicos e estudantes presentes.

FISCALIZAÇÕES

O Cremeb Itinerante no Centro Sul fiscalizou quatro unidades de saúde na região: três em Guanambi e uma em Brumado. Uma situação específica foi registrada em todas elas, que é a necessidade de atualização cadastral, seja para informar a titularidade do diretor técnico ou até mesmo realizar o primeiro registro no Conselho, como é o caso da UPA de Guanambi. Além dessa unidade citada, foram vistoriados no município o Hospital Regional de Guanambi e a Polimeg Polimedica, bem como o Hospital Regional de Brumado, em Brumado.

Na companhia do médico Gilberto Dourado, integrante da regional Centro Sul I, a conselheira Aline Guimarães conheceu no Hospital de Guanambi o fluxo do paciente que chega a unidade, passando pela classificação de risco e os demais encaminhamentos de acordo com a primeira triagem, além da sua estrutura física e administrativa. Atualmente, o hospital conta com cerca de 170 leitos, duas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para adultos e uma Neonatal, está em obras para ampliação de leitos – com previsão de entrega em julho deste ano – e atende cerca de dez especialidades. O furo nas escalas de pediatria e cirurgia geral é um dos principais problemas administrados.

Em diálogo com os médicos que trabalhavam na unidade durante a fiscalização, o Cremeb ouviu relatos sobre o atraso no pagamento de salários, prática apresentada como contínua e corriqueira naquela unidade. “Aqui, a gente já veio sabendo que não há pagamento em dia. Já houve atraso de quatro meses, as vezes mais. Nesse mês eu recebi o retrasado, agora estou aguardando o restante”, comentou um dos médicos. Gerido pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), o Hospital Regional de Guanambi contrata por diferentes formas – profissionais estatutários, Pessoa Jurídica e ainda os contratados por empresa terceirizada -, revelando a fragilidade jurídica e precariedade dos vínculos impostas aos médicos nessas contratações e evidenciando a necessidade da criação de uma carreira de estado para a classe médica que se dedica ao atendimento público em saúde.

Em seguida, a equipe fiscalizadora visitou a Polimeg Polimedica, administrada pela Prefeitura Municipal de Guanambi e que realiza cerca de 4.500 atendimentos mensais. Por se tratar de um ambulatório de especialidades, o Cremeb orientou a direção da clínica que os médicos responsáveis por atendimentos de especialidades sejam especialistas com formação em suas respectivas áreas. O Conselho prestou esclarecimentos também sobre a necessidade do Registro de Qualificação de Especialidade (RQE) quando o médico anuncia a sua área de atuação ou especialidade, ainda que esse anúncio seja feito no carimbo, na receita ou no jaleco.

Na Polimeg, além da urgência sinalizada em atualizar o certificado de Pessoa Jurídica junto ao Cremeb e registrar a respectiva diretora técnica no Conselho, foram relatadas algumas outras necessidades de melhorias, como a criação de uma Comissão de Ética Médica – já que a clínica emprega mais de 30 profissionais médicos – e a contingência da superlotação registrada nos corredores da clínica.

A última vistoria do Cremeb em Guanambi aconteceu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que funciona sem cadastro de Pessoa Jurídica no Conselho. Sem o devido registro, logo está pendente também a informação qual médico é o responsável técnico pela UPA. A equipe de fiscalização cobrou do coordenador administrativo, durante a fiscalização, que realizasse os registros através do Portal Cremeb. À nível estrutural, algumas debilidades foram registradas, como o sistema de vácuo sem funcionamento e a ausência de divisórias entre os leitos. Já no quesito prático do atendimento, a coordenação da unidade se queixa da dificuldade em regular pacientes portadores de casos mais complexos para outras unidades.

Na cidade de Brumado, o Cremeb Itinerante vistoriou as estruturas do Hospital Regional da cidade, responsável por atender urgência e emergência 24 horas. De acordo com a diretoria técnica da unidade, que acompanhou a fiscalização, fechar escala de plantão não é um problema e os salários são pagos em dia. As limitações apresentadas fogem ao controle da administração, como a dificuldade de encontrar profissionais de determinadas especialidades, a exemplo de cirurgia pediátrica, e a dificuldade de conseguir determinados medicamentos, embora não haja ruptura de tratamento por essa debilidade. O hospital é de gestão do município, com exceção da UTI adulta, que o governo do estado arca com 60% dos investimentos.

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