Solenidade do Dia do Médico 2021 é marcada por homenagens e memórias

“A medicina é a síntese de que um ser humano precisa ser cuidado por outro ser humano. Isto é insubstituível. Ser médico, portanto, é a continuidade de todos que nos antecederam na busca do que dizem as expressões latinas ‘restitutio ad integrum’ – restituir, sempre que possível, a integridade – e ‘sedar dolorem opus divinum est’ – sedar a dor quando não é possível a cura, tarefa perene do médico.” Foram com essas palavras que o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), conselheiro Otávio Marambaia, iniciou o seu discurso (leia aqui na íntegra) na Solenidade do Dia do Médico, que aconteceu na última segunda-feira (18), de forma online, com transmissão ao vivo no YouTube da instituição.

Clique aqui e assista o evento na íntegra.

Por conta da pandemia, os médicos homenageados com o Diploma de Mérito Ético-Profissional este ano, assim como ocorreu em 2020, não receberam a honraria presencialmente na cerimônia. O diploma, que é destinado àqueles que completaram 50 anos de exercício da profissão, honrando a Medicina, sem ter sofrido sanções éticas, foi entregue antecipadamente nas residências dos profissionais. Ao todo, 128 médicos que formaram em Medicina no ano de 1971, na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, receberam a honraria do Cremeb.

Entre os homenageados, estava a conselheira Maria Cristina Gravatá, que recebeu o diploma presencialmente na cerimônia das mãos do presidente Otávio Marambaia. “Eu rompi uma família preconceituosa, pois moça não fazia medicina. Eu venci! E me prometi que, no dia em que eu recebesse a minha carteira, eu faria uma promessa… e eu fiz: quando eu chegasse no apagar das luzes, entendendo a essência da medicina, eu devolveria à medicina, através do meu órgão de classe, o Cremeb, toda a minha gratidão, todos os meus serviços para que ali eu pudesse concretizar meu grande sonho. E eu consegui”, discursou ela, que estava representando os colegas da UFBA.

O médico Moysés Sadigursky, colega de turma de Dra. Cristina Gravatá, também esteve presente no evento e recebeu a honraria das mãos da 1ª secretária do Cremeb, conselheira Aline Guimarães, que, na oportunidade, leu a Resolução com o nome de todos os médicos que receberam o Diploma de Mérito Ético-Profissional (clique aqui e confira a relação completa). Quem representou os profissionais da Bahiana foi Jorge Eduardo Jambeiro, que teve o seu diploma entregue pelo conselheiro Jorge Cerqueira. Dr. Jambeiro também foi o escolhido pelos colegas para ser o orador da turma. “Tenho a imensa alegria e honra de estar aqui agradecendo essa homenagem em nome dessas turmas maravilhosas nesses 50 anos e que continuarão honrando o exercício da medicina”, disse ele.

“Há mais de três décadas eu tenho o prazer de participar das justas homenagens que o Cremeb presta aos que têm a ventura de viver 50 anos seguindo os preceitos da honestidade, da caridade, da ciência, da justiça e da ética. Vocês, sem qualquer dúvida, diante das agruras que atravessamos, mais do que nunca, são heróis e recebem o reconhecimento dos colegas e de toda a comunidade. Que Deus os abençoe”, declarou o conselheiro decano do Cremeb, Jorge Cerqueira, que é o coordenador da solenidade do Dia do Médico.

Assista ao vídeo #VocêMeInspira, que trouxe diferentes olhares sobre a prática da Medicina.

Os médicos baianos que faleceram durante a pandemia, muitos deles vítima da Covid-19, também foram lembrados durante a cerimônia, por meio de um vídeo que exibiu a relação com os nomes, CRMs e fotos dos mais de 140 profissionais que se foram entre janeiro de 2020 e outubro deste ano. “Nesta hora, celebramos as vidas dos médicos baianos que têm atuado na linha de frente do combate à pandemia e aqueloutros que, acometidos pela doença, não sobreviveram. As suas vidas não foram sacrificadas em vão e o seu trabalho e a sua dedicação dizem em alto e bom som que suas memórias honradas têm o nosso respeito e reconhecimento”, declarou o presidente Otávio Marambaia.

Confira aqui o vídeo em memória dos médicos falecidos na pandemia.

“Hoje, meus parabéns vão para todos os colegas, médicos e médicas, que dão grande parte da sua vida a cuidar da saúde das pessoas por esse imenso Brasil, especialmente aos que estiveram lutando na linha de frente, no combate a Covid-19, demostrando seu empenho e compromisso com a vida”, afirmou o presidente da Associação Baiana de Medicina (ABM), César Amorim, durante a cerimônia.

A presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed), Ana Rita de Luna, também marcou presença no evento e, parafraseando Luís de Camões, ela comentou as dificuldades enfrentadas pelos médicos na pandemia: “Um vírus misterioso oriundo de terra distante. Mas por quê dizer ‘por mares nunca dantes navegados’ se epidemias, peste e pandemias sempre acompanharam a humanidade? E, neste momento de incertezas, médicos do mundo inteiro, e no nosso Brasil, se lançaram para navegar em mares bastante navegados por todo aquele que exerce esta nobre e amada profissão: o mar da incerteza entre vida e morte, saúde e doença é bem conhecido por todos nós médicos”.

COSEMBA – Durante a solenidade, a transmissão do cargo de coordenador do Conselho Superior das Entidades Médicas da Bahia (Cosemba) – instituído pelo Cremeb, ABM e Sindimed. Após ficar à frente do Cosemba durante um ano, a presidente do Sindimed, Ana Rita de Luna, passou a coordenação ao presidente do Conselho, Cons. Otávio Marambaia, conforme Regimento Interno, que prevê um rodízio anual entre as três entidades.

Como forma de levar alegria a quem estava assistindo a cerimônia, o Cremeb convidou alguns médicos artistas para encerrar o evento com uma apresentação musical. Quem abriu o show foi a ex-conselheira e ginecologista e obstetra Tatiana Aguiar, que incluiu no seu repertório canções que misturam sentimento e memória, a exemplo de “Emoções” (Roberto Carlos). Em seguida, foi a vez do anestesiologista Manoel Medeiros, que cantou e encantou a todos tocando “Onde Deus Possa Me Ouvir” (Vander Lee) e depois seguiu no violão acompanhando as apresentações da gastroenterologista Mariléa Souza, que cantou Tocando em Frente (Almir Sater), e do seu esposo, o cirurgião geral Álvaro Nonato, que finalizou a live com canções na sua flauta, incluindo “Onde Anda Você” (Vinicius de Moraes e Toquinho).