Evento para Diretores Técnicos engrandece o debate sobre a função ao reunir representantes de distintas realidades

As multiplicidades de experiências acumuladas na atividade de direção técnica foram compartilhadas e debatidas a partir das contribuições de quem exerce a função nas mais distintas realidades, durante o VI Curso de Qualificação para Diretores Técnicos, realizado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), na manhã do último sábado (29), em Salvador. Em formato híbrido com transmissão pelo Youtube (clique aqui e assista na íntegra), o evento levantou questionamentos para os diretores técnicos e conselheiros dividirem as suas vivências quanto as atribuições e importância dessa desafiadora atividade, que é participar da gestão de uma unidade de saúde. Expectadores que participaram do evento de forma online também puderam interagir com perguntas e comentários.

Para iniciar o diálogo com o público, quatro conselheiros do Cremeb realizaram apresentações introdutórias pertinentes ao tema central. O presidente do Conselho, Dr. Otávio Marambaia, abriu o evento ressaltando a responsabilidade de uma diretoria técnica e alertando aos colegas médicos de que só aceitem assumir essa função quando estiverem preparados e capacitados. “É ele o responsável por tudo que acontece no hospital, ainda que não esteja presente no momento. Então, é preciso que nós estudemos, discutamos e avaliemos sempre as missões e as funções desse trabalho”, comentou Marambaia, que aproveitou a fala para orientar também a colaboração do diretor técnico quando o Cremeb for realizar visita de fiscalização na sua unidade.

A atuação do Departamento de Fiscalização (Defic) em 2022 foi tema da explanação realizada pela diretora do Defic e coordenadora do evento, conselheira Maria Jesus Bendicho, que apresentou os resultados da atividade no último ano e explicou alguns detalhes sobre o exercício fiscalizatório, como a resolução do Conselho Federal de Medicina que regulamenta a criação de um departamento específico para essa atividade fim. “O diretor do Defic fala diretamente com o diretor técnico, seja por telefone ou apenas por ofício, pedindo um esclarecimento específico. Mas o ponto mais importante dessa relação é a qualificação: é preciso trabalhar a educação médica continuada e é isso que estamos fazendo hoje, aqui”, contextualizou a sua atividade com a realização do evento, a coordenadora do curso.

As diversas esferas que envolvem a relação do diretor técnico também foram debatidas na manhã de sábado, quando o vice-presidente do Cremeb, Dr. Leonardo Rezende, apresentou a Resolução CFM 2.147/2016, dando foco aos capítulos que versam sobre os deveres e direitos da direção técnica, bem como as atribuições do diretor clínico. “Dentre as muitas relações inerentes ao diretor técnico, as quais vocês já conhecem pelo exercício da atividades, hoje iremos focar na relação com o sistema conselhal e com as normas que regem essa troca”, introduziu o assunto da sua apresentação, Dr. Leonardo Rezende.

Em seguida, o conselheiro Emerentino Araújo palestrou sobre a importância das comissões obrigatórias, pontuando o contexto histórico e a evolução das leis que abordam a segurança do paciente, para assim desenvolver uma linha de explicação que culmina na criação das comissões obrigatórias por parte do conselho federal. “Com base na cultura da segurança do paciente, essas comissões (de ética médica, revisão de prontuário, revisão de óbito e de controle de infecção hospitalar) têm a função de buscar, relatar e analisar dados para gerar aprendizado e prevenção do erro, sobretudo com atitude não punitiva”, explicou o conselheiro.

Mesa de Debates

A partir de três questionamentos pré-estabelecidos, diretores técnicos de cinco hospitais colaboraram com o evento ao expor orientações com compartilhamento de experiências vividas, impressões sobre ações de melhorias e outras medidas pertinentes a atividade. Foram convidados médicos e médicas de unidades de saúde com distintas realidades de gestão dentre instituições estadual, municipal, filantrópica, universitária e privada.

Compuseram a mesa de debates a médica Flávia Meira Barbosa, do Hospital Regional Dantas Bião; o médico José Mário Teles, do Hospital Municipal de Salvador; o médico Ricardo Madureira, do Hospital Santa Izabel; a médica Rute Nunes Queiroz, do Hospital Universitário Profº Edgard Santos; e a médica Thamine Lessa, do Hospital da Bahia.

Abaixo estão listadas as três perguntas que nortearam o debate, e clicando em cada uma delas, você pode assistir a discussão promovida a partir dos temas específicos.

– Como obter maior adesão do corpo clínico da sua unidade de saúde, no que se refere ao cumprimento das regulamentações do cfm, no seguimento/regime de hospital onde o(a) senhor(a) atua como diretor técnico?

– De que maneira tornar as comissões obrigatórias mais ativas e que apresentem resultados efetivos para as unidades de saúde?

– Atualmente, qual o grande desafio do diretor técnico no hospital em que atua?