CREMEB emite nota de pesar pela morte do Cardeal Dom Paulo

O Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) expressa seu pesar pela morte do Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, Arcebispo Emérito da Arquidiocese de São Paulo, que morreu na última quarta-feira (14), aos 95 anos. O religioso estava internado desde 28 de novembro para tratar uma broncopneumonia, mas acabou tendo complicações e não resistiu.

Filho de Gabriel Arns e Helena Steiner, descendentes de imigrantes provenientes da Alemanha, Dom Paulo nasceu no dia 14 de setembro de 1921 em Santa Catarina, no município de Forquilhinha. Ele era o quinto de 13 irmãos, quatro dos quais se dedicaram também à carreira religiosa (três freiras e um padre).

Formado em Teologia e Filosofia no Brasil, na década de 40, e em Letras na França, no início da de 50, o arcebispo escreveu mais de 50 livros, entre eles o “Brasil: Nunca Mais”, um trabalho de pesquisa que teve papel fundamental na identificação e denúncia dos torturadores do regime militar.

De formação e hábitos franciscanos, Dom Paulo é um missionário que dedicou sua vida à defesa dos pobres e à justiça social. Em 1966, ele tornou-se bispo em um momento de renovação na Igreja Católica e, em 1970, foi nomeado arcebispo pelo papa Paulo VI. Em 1973, no auge da repressão governamental, tornou-se cardeal.

Nos seus 76 anos de consagração religiosa, foram muitos as lutas em defesa da dignidade humana. Em 1985, por exemplo, com o apoio de sua irmã Zilda Arns – pediatra que morreu no terremoto de 2010 no Haiti -, o arcebispo criou a Pastoral da Infância, onde são realizados trabalhos humanitários.

Sua trajetória ficou marcada pela defesa dos direitos humanos durante a ditadura militar e pela retomada da democracia, o que lhe rendeu o apelido de “cardeal da resistência”. Como cardeal eleitor, participou de dois conclaves, os de agosto e de outubro de 1978, que escolheram os papas João Paulo I e João Paulo II, a quem recepcionou em São Paulo em 1980.