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Cremeb alerta população: o que está por trás de um ‘Mutirão de Cirurgias’

27 de abril de 2018

A proposta sempre aparece como algo otimista e amistoso: “Mutirão de Cirurgias vai realizar procedimentos gratuitos”. Mas o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), enquanto órgão que zela pelas condições do trabalho médico e dos serviços prestados à sociedade, alerta para fatos e situações que estão por trás de ações desse gênero. O que é divulgado como solução pode acarretar em problemas ao paciente devido as condições oferecidas, além de atestar a incapacidade do estado em oferecer tais serviços habitualmente, o que resolveria também o problema das grandes filas de esperas para cirurgias eletivas.

De acordo com o último levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) – 2016 – a Bahia conseguiu fechar 2.126 leitos em apenas cinco anos, ao invés de adequar e utilizar esses espaços para sanar o crônico problema das filas de espera para cirurgia eletiva. Esse dado poderia ser bem menor ou zero, caso a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) concentrasse esforços em manter um atendimento regular e capacitado, ao invés de mutirões, já que as filas de espera assimilam sofrimento para as pessoas e famílias que dependem do procedimento.

A Sesab não soube informar quantas pessoas esperam nas filas da Bahia, afirma que cada município é quem monitora as respectivas esperas, revelando assim que o Estado não tem noção do tamanho das filas para marcação de cirurgia.

Outro ponto importante nessa análise tange aos riscos propostos aos pacientes quando submetidos a processos cirúrgicos em mutirões. Nestas circunstâncias aumentam os riscos de complicações, especialmente na fase de acompanhamento em locais sem condições ou pessoal qualificado, e o sucesso de uma cirurgia depende diretamente desse acompanhamento posterior.

Lembramos que, além do médico, os demais responsáveis por mutirões devem seguir todas as orientações da Anvisa, e instruir os pacientes, fornecendo, de forma objetiva, todas as informações relativas à intervenção cirúrgica e onde procurar assistência caso haja complicações. E, se o paciente tiver dúvidas ou não se sinta seguro, recomenda-se que a cirurgia não seja realizada.

Há tempos, o Conselho chama atenção dos médicos para a importância de observar os protocolos de segurança do paciente e comunicar ao Cremeb a existência de qualquer irregularidade, visando sempre o que está no Código de Ética Médica, Capítulo I, inciso II (Princípios Fundamentais): ”O alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor da sua capacidade profissional”.

Alertamos também para que a população esteja sempre vigilante a certos tipos de ações, para que medidas eleitoreiras não se passem por promessas de melhoria no serviço de Saúde.

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