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Direção do Couto Maia contra-argumenta problemas denunciados por residentes

12 de julho de 2016

Motivada pela fiscalização feita pelo Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), no dia 1º de julho, a diretoria do Hospital Couto Maia procurou o Conselho para justificar alguns cenários aferidos na visita. Entre os assuntos abordados pela diretora geral do hospital, Dra. Ceuci Nunes, e a diretora técnica, Dra. Ana Verônica Mascarenhas, que foram recebidas pela presidente do Conselho, Teresa Maltez, estão a construção de uma nova unidade, a burocracia na aquisição de medicamentos e a prioridade dos recursos financeiros.

Dra. Ceuci afirmou que a diretoria do Couto Maia está fortemente empenhada na construção de uma nova unidade, mas esta conta com problemas alheios à sua competência. Ela informou que, desde 2007, foi elaborado um anteprojeto para a construção de um novo hospital. No documento, entregue ao Cremeb pela mesma no dia da visita, umas das justificativas para o investimento foi “graves problemas estruturais já detectados nos prédios que compõe o hospital”.

Dois anos depois, em maio de 2009, a diretora fez outro apelo ao secretário de Saúde da Bahia, que, na época, era Jorge Solla. No ofício, a diretoria do hospital e a diretor do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz da Fiocruz Bahia colocaram “a necessidade premente da construção do Novo Hospital Couto Mais”. De acordo com o documento, “a estrutura centenária com pavilhões foi construída para atender as necessidades de hospital de isolamento vigente à época. Portanto, não é compatível com as normas atuais da RDC 307/02 da ANVISA”.

No entanto, a construção do Instituto Couto Maia (Icom), em Águas Claras, só foi anunciada em janeiro de 2013. O empreendimento, que, segundo Dra. Ceuci, está com apenas 15% das obras construídas, é fruto de uma Parceria Público-Privada (PPP). Através das fotos disponíveis no site www.saude.ba.gov.br/ppp/icom é possível ratificar que ainda falta muito para o novo Couto Maia se tornar uma realidade.

MEDICAMENTOS – Sobre a recorrente ausência de medicações básicas e essenciais denunciada pelos médicos residentes ao Cremeb, Dra. Ceuci informou que no dia da fiscalização do Cremeb o estoque dos principais medicamentos estava completo por compra emergencial, empréstimo e, principalmente, com o recebimento da primeira cota mensal de um contrato de fornecimento com duração de um ano.

Apesar do fornecimento já ter sido regularizado, durante a visita do Cremeb, o diretor administrativo do Couto Maia, Marcus Loureiro, informou que o processo de aquisição de medicamentos é dificultado pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesab). “É inadmissível faltar antibiótico, por exemplo, principalmente, se tratando de um hospital que trata doenças infectocontagiosas. Não adianta uma boa equipe se não há equipamentos adequados e insumos disponíveis”, ressaltou a presidente do Cremeb, Dra. Teresa Maltez.

MOBILIÁRIOS – Referente às macas enferrujadas, assim como as cadeiras, as mesas, os armários, os aparelhos de ar-condicionado (quando há), a balança e, até mesmo, a geladeira que armazena medicamentos, Dra. Ceuci disse que isso faz parte de um processo de redução de verbas no custeio, fazendo com que a direção priorize o que é essencial a atenção ao paciente, como manutenção de equipamento médico-hospitalar, lavanderia e Central de Material Esterilizado (CME). “Medidas estão sendo tomadas junto a Sesab para adequar as verbas de custeio as reais necessidades do hospital”, acrescentou ela.

No encontro, que aconteceu no último dia 8, a diretora do Couto Maia fez questão de ressaltar o papel relevante que o hospital tem em acolher e tratar a população do estado da Bahia nos momentos de maior fragilidade, a exemplo da epidemia de Doença Meningocócica de 2010 e no surto da Síndrome de Guilain Barré, no ano passado. “Os nossos resultados são comparados ao do Emílio Ribas [em São Paulo]”, concluiu.

A presidente do Cremeb reiterou que a fiscalização ao Hospital Couto Maia, que foi feita junto com o Ministério Público da Bahia, foi estimulada após denúncia dos médicos residentes da unidade, que entregaram ao Conselho uma Carta Reivindicatória, no dia 22 de junho. No documento, os médicos afirmam que chegaram “a conclusão unânime de que não há mais possibilidade de assistência médica nessa unidade”.

Dra. Teresa Maltez, que esteve presente na visita ao Couto Maia juntamente com os conselheiros Otávio Marambaia e Luiz Augusto, concorda com os estudantes: “O hospital está obsoleto e em condições muito ruins. A unidade tem uma estrutura antiga que não está recebendo os devidos cuidados”. Segundo ela, é preciso que intervenções emergenciais sejam feitas imediatamente, já que ainda não há previsão de inauguração do Instituto Couto Maia (Icom).

Clique aqui e confira a nota de esclarecimento da direção do Couto Maia na íntegra.

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