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Fiscalização: são frágeis as medidas que separam a Climério de Oliveira da UTI Municipal Covid-19 no Hospital Salvador

7 de agosto de 2020

A equipe de fiscalização do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), motivada pelas manifestações dos profissionais que atuam na Maternidade Climério de Oliveira, realizou visita no Hospital Salvador e constatou que as medidas de segurança adotadas para a instalação do serviço municipal aos portadores da Covid-19 no mesmo prédio da maternidade ainda são frágeis diante a realidade do hospital.

Desde setembro de 2017, a Maternidade Climério de Oliveira funciona nas instalações do Hospital Salvador, devido as obras para reforma do seu prédio original. E em julho deste ano, a Prefeitura Municipal de Salvador, através da prestação de serviço da Medtower Investigação Diagnóstica (empresa usufrutuária o Hospital Salvador), utiliza as mesmas instalações para atendimento de UTI e Enfermaria aos pacientes com Coronavírus.

As inconsistências aparecem quando ambos os serviços acontecem no mesmo andar e sem medidas de segurança para garantir que estejam isoladas as respectivas alas. Elevadores, por exemplo, apresentam defeitos com frequência, restando somente um para o transporte de funcionários, insumos, conteiners, resíduos e pacientes das duas unidades.

Tal situação sobrecarrega também a equipe de limpeza, de acordo com a diretoria técnica da maternidade, que informa ainda não existir um controle de acesso a esses equipamentos, o que permite o fluxo de pessoas para o andar das unidades sem que haja distinção.

Uma das medidas encontradas pelo Hospital Salvador foi a instalação de uma divisória no andar separando as alas, mas com essa reforma, a Maternidade Climério de Oliveira ficou sem acesso à escada de emergência, o que apresenta sério risco na vigência de um sinistro, pela impossibilidade de acesso a uma rota de fuga.

Por outro lado, se a divisória for desfeita ou for aberta uma passagem, haverá comunicação entre os fluxos destes dois setores no hall dos elevadores, o que implicará em risco potencial de contaminação de insumos e equipamentos, e contágio pela Covid-19.

À equipe de fiscalização do Cremeb, a diretoria técnica e os médicos da Maternidade manifestaram a sua preocupação ante a possibilidade de um surto de Covid-19 entre as suas pacientes e os recém-natos. Relataram a incompatibilidade e o risco da atuação concomitante dos dois serviços no Hospital Salvador pelas características do prédio, e suas atuais condições que impossibilitam fluxos estanques. Expressaram também a sua contrariedade com a admissão dos pacientes com Covid-19 nos setores contíguos à maternidade.

Durante a vistoria constatou-se ainda que o Hospital Salvador está com o Certificado de Registro no Cremeb vencido desde junho de 2011, não possui alvará da Vigilância Sanitária e nem Diretor Técnico cadastrado no Conselho. Em situação parecida se encontra a empresa Medtower Investigação Diagnóstica, que não possui alvará da Vigilância Sanitária, apenas protocolo de solicitação de Licença Inicial Sanitária. Para tratar dos diversos pontos, o diretor técnico da Medtower foi convocado para uma reunião com o Diretor de Fiscalização do Cremeb, a ser realizada na próxima quarta-feira (12).

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