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Cremeb intermedia reunião sobre problemas na assistência ortopédica de urgência

7 de outubro de 2019

Após tomar conhecimento de dificuldades enfrentadas para encaminhamento de pacientes com fraturas, inicialmente atendidos em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais sem cirurgias ortopédicas, o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) reuniu médicos, gestores das UPAs e dos hospitais, representantes da Central Estadual de regulação, do SAMU e das secretarias municipal e estadual de saúde para discutir a morosidade na realização de procedimentos de urgência.

Na reunião, que aconteceu no dia 24 de setembro, na sede do Cremeb (Salvador), o coordenador médico hospitalar e de urgências de Salvador, Ivan Paiva, informou que, após acidentes e traumas, as cirurgias ortopédicas emergenciais são direcionadas sem dificuldade para os locais que darão o tratamento definitivo. Entretanto, ortopedistas das UPAs relataram que cirurgias de urgência, que, deveriam ser realizados em poucos dias ou horas, chegam a demorar semanas.

Embora não causem risco imediato à vida, algumas fraturas causam sofrimentos, podem deixar sequelas e até mesmo levar a complicações com risco de morte. “Existem casos em que o paciente permanece incapacitado para o trabalho e atos da vida diária, em razão da demora na realização da cirurgia”, ressaltou o vice-presidente do Cremeb, conselheiro Júlio Braga.

Entre os procedimentos de urgência citados pelos ortopedistas com demora para a realização, está a cirurgia de quadril. Foi relatado que o atraso na transferência destes pacientes decorre normalmente da exigência de exames complementares que não estão disponíveis nas unidades de pequeno porte, a exemplo das UPAs. “Os hospitais de referência só recebem pacientes prontos para operar e há dificuldades para realizar, por exemplo, consulta com cardiologista e ecocardiograma pré-operatórios nas UPAS”, relatou um profissional.

Na oportunidade, a enfermeira Alcina Romero chamou atenção para a epidemia que são os acidentes de trânsito, consumindo grande parte dos leitos e recursos da SESAB e afirmou que houve aumento significativo no número de cirurgias nos últimos anos. Além de garantir que a fila de pacientes ortopédicos de urgência está menor, representantes da Central Estadual de Regulação informaram que o Hospital Geral do Estado vai destinar uma enfermaria para receber e preparar esses pacientes a fim de agilizar os procedimentos cirúrgicos. Disseram também que negociariam contratos como pequenos hospitais para aumentar a assistência no interior do estado.

Para a presidente do Cremeb, conselheira Teresa Maltez, essa iniciativa do governo do estado é uma perspectiva de melhora, no entanto, ela chama atenção da necessidade de que os processos sejam feitos de forma sistemática. “A regulação precisa estabelecer protocolos claros para que os hospitais não façam exigências que não sejam factíveis”, declarou ela, informando que o Conselho agradecia a participação e que voltaria a convidar a todos para rever a evolução das medidas implementadas.

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